02. 03.

sábado, 17 de abril de 2010


Igreja Eletrônica: Mercado da Fé
No Brasil, as transmissões digitais de programas religiosos aumentam cada vez mais, graças ao uso dos meios tecnológicos como a internet, o rádio e principalmente na TV. Algumas dessas já com características da igreja eletrônica, como a Rede Record, uma emissora broadcasting da Igreja Universal do Reino de Deus ou a Rede Viva, um canal UHF (ultra high frequency) para os católicos transmitido pelos sistemas de tv a cabo ou captado por antenas parabólicas.


Não sou contra a mensagem religiosa na TV, que por sinal tem crescido bastante no Brasil. Acredito que quando bem formulada e sem exigir do telespectador um compromisso ao credo em destaque, funciona como exercício de evolução do indivíduo.
Porém há quem coloque nos programas religiosos de rádio e TV, apenas o intuito de "abocanhar fiéis". Com isso, visam somente consignar lucros materiais para essa ou aquela denominação doutrinária.
A televisão, por exemplo, é alvo de discursos de ordem; todo tipo de doutrina, muitas das quais sem nenhum embasamento espiritual, deixando parecer que os religiosos que as comandam não possuem a menor formação evangélica - doutrinaria.
Para observar isso, é só ficar um tempo em frente a um canal onde os pastores ou padres ficam falando que na reunião de cura é possível se resolver os problemas de todos, etc...
Vocês não acham que religião oferecida assim como uma forma de cura em geral, é uma mentira? Se Deus quisesse resolver o problema material dessa ou daquela pessoa, não seria mais lógico resolvê-lo coletivamente? A troco de quê, a Divina Providência iria privilegiar uns e outros não? A inflação de seitas surgidas com o uso da igreja eletrônica (hoje é possível se fundar qualquer religião e comprar um horário no rádio e na tv), sendo uma das marcas de uma sociedade que busca aquisições materiais, benefícios passageiros - esquecendo-se que o crescimento moral e espiritual é a razão de ser das doutrinas.
A organização da igreja eletrônica também recorre a técnicas do marketing agressivo e competitivo com produtos como CDs, livros, filmes, roupas, acessórios e podem acreditar, já existe até um modelo de celular "para quem acredita no poder da palavra" e que oferece serviços como ringtones de hinos e “caixa de promessas” eletrônica.
Na igreja eletrônica, o indivíduo é estimulado ao consumo por meio de uma conjugação entre proselitismo religioso e publicitário. O embate já atinge um nível em que se transforma numa disputa por um composto de audiência, congregação e clientela, com o espectador transformado em fiel e o fiel transformado em consumidor.
Assim, a religião se tornou parte da indústria cultural. Uma coisa é certa: quanto mais sentidos são estimulados numa pessoa, menos eficaz é a mensagem. A TV, em certo sentido, atinge todos. A mensagem é tão mastigada e pronta que não permite uma mínima reflexão. Assim, as igrejas começaram a trabalhar como uma empresa. E como a indústria cultural faz da cultura, um bem que se vende para a obtenção de lucro.

Por: Adriana Guimarães

Fonte: http://www.catequisar.com.br/texto/colunas/alcides/13.htm
http://notanapauta.blogspot.com/2008/02/igreja-eletrnica-e-f-no-mercado.html
http://aigrejaaogostodofregues.blogspot.com/

6 comentários:

Izabella Nanni,  19 de abril de 2010 às 18:06  

Isso já acontece desde a Idade Média, onde a Igreja vendia indulgências. O que acontece hoje é que ela está bem mais próxima de seus fiéis. Você colocou muito bem o que acontece.

Entretanto, a maioria das pessoas não vê esse lado corrupto da Igreja (seja ela qual for), pois quando adquire um bem, ou ajuda com o dízimo, acredita que está ajudando os mais necessitados, ou em alguns casos, se redimindo com Deus.

Elis Ribeiro,  21 de abril de 2010 às 13:07  

Chega a ser desumano.
Quanto dinheiro não tiram de pessoas que vivem de aposentadoria.
Eles conquistam fiéis com promessas de resoluçãod e todos os problemas pra conseguir dinheiro, tem gente que vai e da tudo o que ganha pra igreja.
Uma vez saiu uma reportagem sobre um deficiente fisico que dava todo seu dinheiro pra igreja esperando a cura.
Na bíblia diz: amar o próximo como ama a si mesmo. essas igrejas amam o próximo? essas pessoas que induzem as pessoas a darem seu dinheiro amam o próximo? vão para o céu que eles falam tanto aos fiéis?
É revoltante!

Elis Ribeiro,  21 de abril de 2010 às 13:08  

P.S: E a mídia acaba ajudando as igrejas a obter cada vez mais fiéis.

3º RP UNISA 22 de abril de 2010 às 22:09  

Igreja eletrônica para fiéis eletrônicos.
É mais uma ferramenta de lavagem cerebral, mas aquele que busca a fé deve pensar sobre o real sentido da religião, crescimento espiritual e desapego ou grana, fama e consumo.
Elaine Alves.

Luh Paulu's 25 de abril de 2010 às 10:48  

A igreja é uma coisa que me intriga. Como algo tão falso consegue arrastar tanta gente??

Não se há uma igreja verdadeira, mas sei que boa parte delas não presta, tudo isso não passa de mais uma rede econômica, talves a que mais movimenta dinheiro no mundo!

Márcio 25 de abril de 2010 às 21:37  

Igreja, do latim, eclesias, povo, comunidade.

No Brasil, juntou-se a TV, que é uma religião por aqui, com as religiões e o resultado é a fé eletrônica que dissemina a ideia de salvação pelo comercio da fé.
Mas em países como a Espanha, você pode mandar perante a um santo numa igreja um SMS do seu celular, eles cobram em euro e o "santo" te manda a mensagem dele do dia...

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